Numa noite de Natal
uma menina esticava-se até ao tecto
com ela levava uma fita colorida
sem pinheiro habitual em casa
sua mãe mantinha-se em silencio
os irmãos incredulos olhavam
prendeu o enfeite
desceu da cadeira e decidida...
agarrou numa bola e desafiou o seu clã
Numa noite de Natal
os irmãos sorriam e trocaram olhares
nenhuma palavra se trocou
a mãe chorava sobre a louça
a agua jorrava da torneira sobre as maõs
lágrimas que se juntavam num rodopio
eles sorriam sem ver...
sentiam o mesmo que ela
a perda é eterna mas a alma fica
Numa noite de Natal
á volta da mesa se juntaram
poucas palavras soaram
os enfeites espalhados pela sala
a menina sorria orgulhosa
os irmãos uniram-se com os seus
a mãe de ar tristonho
uniu todos os sorrisos num
a família unida num momento
Numa noite de Natal
todos aprenderam o valor da perda
a imponência de uma criança
um sorriso cúmplice de união
abraço...
Levantou-se cambaleante, o chão frio eriçou-lhe todos os pêlos do corpo em aflito movimento, olhou de relance para o despertador que o olhava de soslaio, ainda podia ficar mais um pouco e decidiu-se enfiar-se mais uma vez entre os lençóis que o aconchegavam juntamente com o corpo dela.
Emanava um calor de derreter corações, onde seus braços a rodeavam para a poder açambarcar, seu cabelo emaranhava-se na sua cara onde perfilava um doce cheiro de goiaba do seu shampoo. Apertava-a junto a si como algo que não podia perder por nada.
Ela voltou-se na cama e com um olhar estremunhado afagou-lhe a face repousando um beijo molhado nos seus lábios, um abraço selou o beijo ensonado. Ele não se queria soltar, queria ficar assim para sempre.
Quando acordaram o dia estava radiante, os fugazes furos do estore deixavam atravessar irrequietos raios de sol que iluminavam o quarto.
Suas bocas cruzaram-se mais uma vez e o abraço ficou até ao anoitecer...
No fim da noite...
No fim da noite...
Encontro o passado esquecido
Nuvens devolutas de silencio
Fugazes cores de uma infancia
Trejeitos de sons...
Por explorar,
No fim da noite...
Revelacoes de um futuro
Renascimento envolto em
Penumbra
Ansiedade de um momento
Prazer imaculado
No fim da noite...
Sonhos retornados,
Ganham vida
Semente lancada `a terra
Ansia de a ver florescer
Quem ir'a colher o fruto
No fim da noite...
O breu instala-se sereno
Parcas palavras recolhidas
Na minha boca
No fim da noite...
PALAVRAS QUE SE PERDEM
Quando as palavras se perdem
Num sussurro breve,
Um olhar extingue-se
Vogais pousadas no seu ombro,
Consoantes gravitavam ao redor
Caindo desamparadas no seu colo.
Ainda esperas pela palavra desejada,
Desvias o olhar e segues o rasto
De um cigarro esquecido,
Nos dedos aflitos.
Repousas os teus pensamentos,
Num amontoado de letras insignificantes...
Que jazem solitarias no solo que pisas.
Palavras que se perdem...
PRIMEIRO BEIJO
Tudo o que queria
Era preservar um momento,
A intromissao desmedida
Da minha lingua na sua boca,
Em busca do sabor eterno
Seus labios cambaleavam
Em humidos trajectos
Sabores nunca encontrados,
Naquela boca...
Juncao de fluidos envoltos
Em sonhos...
Misterios descobertos.
Sabor eterno...
ÉS COMO UM LIVRO...
es como um livro
Folha por folha desvendo a tua historia
Linha por linha embrenho no teu ser
Minhas maos anseiam por tocar em tua capa...
A tua lombada evedencia toda a beleza
Titulo impresso em alto relevo
Suavemente sinto o suave veludo,
Que as envolve
Cada frase que leio 'e o conteudo
Da tua alma
Deixo-me arrastar para o teu romance
Em actos e accoes predestinados
Pontos e virgulas amarram-me
Sinto-me preso a ti
Mas solto-me em cada capitulo
Que seja uma historia interminavel
O teu enredo 'e a melhor coisa
Da minha vida
Quero ser o teu personagem principal
Deixas?...
PEQUENOS PONTOS
Somos pequenos pontos,
num vasto universo.
insignificâncias vãs em buscas destemidas
milimétricos á escala da natureza.
imagina pertencer-mos a um átomo.
electrizantes, nós os electrões
giramos á volta desse mundo
organizados nas nossas vidas.
constituímos uma molécula de um grão de areia
pousada juntamente com outros
embalados pelas ondas de um mar laranja,
por vezes deixa-se descair até ao limite...
suavemente esse imenso mar empurra-o,
duna acima...
sente-se imponente.
mas é um simples grão de areia.
um sol azul expande a sua luz
sobre uma paisagem recheada de cores
somos pequenos pontos
num vasto universo.
sonho com esse mundo
tal como eu...
existem outros!
num vasto universo.
insignificâncias vãs em buscas destemidas
milimétricos á escala da natureza.
imagina pertencer-mos a um átomo.
electrizantes, nós os electrões
giramos á volta desse mundo
organizados nas nossas vidas.
constituímos uma molécula de um grão de areia
pousada juntamente com outros
embalados pelas ondas de um mar laranja,
por vezes deixa-se descair até ao limite...
suavemente esse imenso mar empurra-o,
duna acima...
sente-se imponente.
mas é um simples grão de areia.
um sol azul expande a sua luz
sobre uma paisagem recheada de cores
somos pequenos pontos
num vasto universo.
sonho com esse mundo
tal como eu...
existem outros!